terça-feira, 22 de setembro de 2015

009 - Eu Tenho Cavado em Busca de um Coração de Ouro.

Bom dia, boa tarde, boa noite, amadinh@s de Tom!
Como estamos tod@s? Tudo bom com vocês? Que bom, que bom, que bom! Fico feliz!
Quando eu era criança, tive a sorte de ter pais com condições financeiras de poder ter um aparelho reprodutor de fitas VHS e alugar pelo menos duas semanalmente e aproveitar fins-de-semana com brincadeiras com amigos, desenhar sozinho e filmes no sofá de casa, em família.
Como qualquer criança, quando me agradava de algo, repetia ad eternum - álbuns, video games, livros, gibis, filmes. Foram muitas fotas alugadas e realugadas e re-realugadas... Em especial, desenhos animados e fitas com episódios de super sentai.
Desenhos que partem de cartuns e histórias em quadrinhos tinham especial atenção por parte do pequeno Tom. Garfield, Recruta Zero, Popeye, Tintin (meu favorito pessoal, até certo tempo), Pernalonga e sua turma, Snoopy, Rainbow Brite, He-Man, She-Ra etc....
...e, óbvio, o filme de hoje!

Fonte da imagem: http://pt-br.monica.wikia.com/

Título: A Princesa e o Robô
Distribuição: Embrafilme
Produtora: Maurício de Sousa Produções
Data de lançamento: 07/03/1983
Direção: Maurício de Sousa
Produção: Black & White & Color
Roteiro: Itsuo Nakashima e José Márcio Nicolosi (baseado em idéia de Maurício de Sousa e Reinaldo Waisman, e nos personagens de Maurício de Sousa)
Com as Vozes de: Marli Bortoletto (Mônica)
Angélica Santos (Cebolinha)
Paulo Cavalcante (Cascão)
Elza Gonçalves (Magali)
Denise Simonetto (Anjinho)
Araken Saldanha (Lorde Coelhão)
André Luís (Robô)
Flora Maria Fernandes (Mimi)
??? (Zoiudo)
Marthus Mathias (Rei do Planeta Cenourano)
Orlando Vigiani Filho (Franjinha)
Ronaldo Batista (Locutor)
"Nos confins do universo, foram descobertas recentemente misteriosas estrelas pulsantes. Batizadas pelos astrônomos de pulsar, elas não brilham como outras estrelas. Elas pulsam como um grande coração de luz, batendo sem parar. Diz a lenda que, às vezes, um raio de luz desgarrado de uma distante estrela pulsar pode atingir alguém. E esse alguém nunca mais será o mesmo" - é assim, com esta abertura clonada de homenageando "Guerra nas Estrelas", que se inicia o segundo longa-metragem da Turma da Mônica: A Princesa e o Robô.
No caso, um raio de alguma destas estrelas pulsar se desgarrou e correu até o planeta Cenourano, onde atingiu um pobre robô de guarda incauto, que virou o Wall-E ganhou consciência própria e sentimentos - tantos e tão fortes que ele se apaixona pela princesa Mimi - que retorna seu afeto à primeira vista (nem um jantar, um cineminha, jóias, flores, NADA! Esse robô deve usar Avanço!). Claro que, em se tratando de um filme de noventa minutos e que envolve personagens que moram na Terra, a coisa não seria tão fácil para o casal apaixonado - o pobre robô deve conquistar um coração de verdade para poder se casar, e este só pode ser conseguido nessa bendita estrela pulsar. Como se arranjar uma passagem ida e volta para pulsar um modo de transporte já não fosse difícil, nosso herói cai numa armadilha do grande vilão e é enviado à Terra. É aí que entra em ação a Turma da Mônica. Tudo isso em menos de meia hora de filme! UFA!
Fonte da imagem: http://www.bcc.org.br/

Esta é a Mimi! Ela não é linda?
Eu tenho um fraco por musicais. E um amor por desenhos animados. Os grandes filmes da Disney sempre me encantaram por reunir os dois. Os filmes da Turma da Mônica também seguem esta receita. Mas por A Princesa e o Robô passa um pequeno desvio: embora sejam as vozes dos personagens que cantem a maioria das canções, e as músicas se posicionem em momentos-chave, elas não foram colocadas diretamente nas bocas deles (algo que filmes de Hollywood como "Flashdance - Em Ritmo de Embalo", "Footloose - Ritmo Louco", "Amores Eletrônicos" e "Dirty Dancing: Ritmo Quente" - nossa, quanto ritmo! - fariam logo após está preciosidade brazuca. Este esquema perde no aspecto de "show no cinema, mas ganha em ação - os números ajudam a contar a história e dar o estado dos personagens em determinado momento sem prejudicar o andamento da película.
Fonte da imagem: http://www.bcc.org.br/

Foto promocional: ignorem crianças e cão respirando no ar rarefeito!
As canções são bem agradáveis, também! "Bate-que-Bate" é particularmente hilária (embora não seja tanto se ouví-la sem ver o filme junto), enquanto "Pulsar" (o lamento do Robô) é tocante. "Tum Tum" é a minha favorita desde sempre - é a única que perdurou em minha memória até anos depois de ver este desenho pela última vez. Na verdade, o maior problema da trilha sonora seja este: as músicas são boas, mas não sobrevivem sem o filme - pior que isso: nem memoráveis (exceto, obviamente, "Tum Tum").
Fonte da imagem: http://www.bcc.org.br/

Adoro estas fotos promocionais - a turma nem estava ali, nesta hora do filme!
O roteiro de A Princesa e o Robô é bem estruturado e tem poucos furos - se não contarmos um sem-número de situações um tanto absurdas, onde até as crianças do filme apontam: "tão fácil, é só pegar um foguete, ir até o fim do universo...". Mas o roteiro foi feito confiando inteiramente na capacidade d@ espectador@ embarcar na fantasia - Cenourano é um mundo de costumes medievais com tecnologia avançada, onde coelhos e robôs convivem em harmonia - inclusive podendo um deles (robôs) participar de um torneio pela mão da princesa coelha. Tem até um personagem que voa pelo espaço sem problemas para respirar e consegue acompanhar uma nave espacial! O tal Pulsar, a que sempre referem como estrela, é, na verdade, um planetóide de superfície espelhada. Até mesmo a Turma busca o pacto ficcional - afinal, quantos ANJOS você, car@ leitor@, já viu andando por aí e brincando com você? Ainda assim, os roteiristas não fugiram da verossimilhança - cada personagem age de acordo com sua personalidade: Mônica e Mimi são doces e explosivas; Cebolinha é (pretensamente) o mais esperto; Cascão é medroso e faz muita besteira, mas cheio de bravata; Anjinho e Magali são as presenças pacificadoras da turma (Magali meio distraída no que tange a comida, Anjinho é insistente em se fazer a coisa certa); o Robô é heróico, mas um tanto mimizento choroso; e Lorde Coelhão é... Lorde Coelhão!
Fonte da imagem: http://www.bcc.org.br/

Cuidado, robozinho! Olha o Lorde Coelhão atrás de você!
Lorde Coelhão é a grande sacada de A Princesa e o Robô. Ele é o grande elo de ligação deste filme com a primeira incursão da turma nos cinemas, "As Aventuras da Turma da Mônica", onde ele apareceu como o grande vilão da última das esquetes. Os roteiristas sacaram a grande idéia que seria dar a ele um filme inteiro, onde ele pinta, borda e tem a maioria das gags do filme centradas nele - e veio junto com sua pose de Darth Vader, sua Nave-Mãe (e a Nave-Filha roubada pelo Cebolinha no filme anterior), seu exército de coelhóides e seu famigerado "raio empacotador" - que põe toda a história em ação com a entrada da Turma. A dublagem de Araken Saldanha é simplesmente perfeita! Você não consegue odiar Lorde Coelhão, porque ele é @ vilã@ que Aguinaldo Silva sonha em escrever, mas só chegou perto.
Por falar nos vilões de A Princesa e o Robô: galera, lanço aqui a pergunta: QUEM DUBLOU O ZOIUDO? Se vocês assistiram A Princesa e o Robô, devem ter notado que este personagem secundário importantíssimo para o andamento da trama foi completamente esquecido nos créditos do filme, e seu dublador não foi creditado - logo ele, que tem a melhor fala do filme inteiro!
Fonte da imagem: http://www.bcc.org.br/

Zoiudo traz um presentinho pro planeta Terra!
A animação não chega ao nível dos grandes clássicos da Disney, mas não chega a ser um Hanna-Barbera. É como uma cruza dos dois - ou se pode dizer que é o que se espera de um desenho animado do início dos anos 1980 feito para o cinema, mas sem a quantidade de milhões que os grandes estúdios hollywoodianos possuem para investir. Os personagens são relativamente bem desenhados em todas as folhas de celulóide (um avanço considerável sobre o filme anterior), os efeitos visuais são legais e eficientes para um 2D modesto.
Não foi com a Turma da Mônica que eu aprendi a ler - acreditem se quiser, eu aprendi a ler foi com JORNAIS e os livros paradidáticos da escola. Mas foi com Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e cia que eu aprendi a INTERPRETAR TEXTOS - em suma, APRENDI A LER BEM. E me divertia muito no processo! Inclusive li muito os gibis pros meus piolhos, com vozes diferentes e tudo (bons tempos, que não voltam mais)! A transição da Turma para televisão e cinema, aquela altura, talvez já fosse esperada, já havia o Superman nos cinemas e os Superamigos na televisão. E quem não gostar, leva coelhada!

2 comentários:

  1. Esses desenhos antigos são maravilhosos, eu amava! Bjs
    http://ofantasticomundodairis.blogspot.com.br

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    1. A Turma realmente fez a infância de muita gente, Íris!
      Obrigado pela visita!

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