terça-feira, 27 de outubro de 2015

014 - Morceguinho Quer Cantar, o Rabicho Balançar, Porque Acaba de Nascer...

Olá, pessoa! Bem-vind@ de volta à Filmoteca!
Como estamos? Tudo bem? Espero que sim!
Por aqui, ando numa dúvida cruel, por não ter dinheiro para oferecer um presente decente. Presentes são algo sempre complicado: simplesmente entregar qualquer coisa demonstra sua falta de comprometimento com (ou falta de conhecimento d)@ presentead@. Bem, pela minha vida, eu tenho preferido FAZER presentes para @s querid@s, mas às vezes parece que eu tenho aquela necessidade de comprar algo pelo prazer de dizer "você me é tão importante que eu gastei meu tempo e dinheiro em busca de algo que espero que seja perfeito para você." - será que só eu tenho essa doença?
Esta semana deve haver comemoração aqui em casa, então, creio que a Filmoteca deveria mostrar uma festa legal, também, esta semana, não concordam?
Hmmmmmmmm... Ou será que eu deveria buscar algo mais soturno e voltar ao horror, para o halloween? Seria muito americanizado de minha parte, gente? Bem, não sei. O que sei é que o filme de hoje tem um valor sentimental grande, então é a pedida perfeita para o dia de hoje!
Vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: http://discutindocinema.blogspot.com.br/

Título: A Dança dos Vampiros
Título Original: The Fearless Vampire Killers, or Pardon Me, But Your Teeth Are in My Neck
Distribuição: Metro-Goldwyn-Mayer
Produtora: Cadre Films e Filmways Pictures
Data de lançamento: 02/1967
Direção: Roman Polanski
Produção: Gene Gutowski
Roteiro: Gérard Brach e Roman Polanski
Elenco: Jack MacGowran (Professor Abronsius)
Roman Polanski (Alfred)
Sharon Tate (Sarah Shagal)
Ferdy Mayne (Conde von Krolock)
Iain Quarrier (Herbert von Krolock)
Alfie Bass (Yoine Shagal)
Terry Downes (Koukol)
Jessie Robins (Rebecca Shagal)
Fiona Lewis (Magda)
Vladek Sheybal (voz de Herbert von Krolock)
A senhora minha mãe aniversaria hoje. CAHAM primaveras de sangue fervente, nenhum filtro nos pensamentos e poucas papas na língua. PARABÉNS, MAINHA! TE AMO!!!
Dona Sassá (a senhora minha mãe) vivia a falar sobre um filme de terror que ela assistiu de boa porque não a amedrontou. Tinha muita música, era engraçado e ela assistia com minha avó, dona Nila, todas as vezes que era reprisado na rede Globo. Sempre fiquei relativamente curioso sobre que "filme de terror" seria este, se ela simplesmente se recusa a ver qualquer um. Eis que, semana passada, eu o encontrei na internet: A Dança dos Vampiros. Pois bem: o momento de conhecer está obra era este. E tinha que ser com ela, que tanto falou dele e tanto gosta. Meu presente, já que estou sem dinheiro pra comprar nem uma garrafinha de Leite de Rosas.
A história é engenhosa: o professor Abronsius e seu assistente Alfred, na falta extrema de lavado para fazer em casa, vão para a Transilvânia buscar evidências sobre a existência de vampiros, e acabam fazendo de Sarah, uma garota incrivelmente distraída para alguém criada na Transilvânia inocente e sonhadora, isca para o Conde von Krolock. Por tabela, ainda condenam a uma maldição toda a família da pobre (logo eles, que receberam os dois tão bem...).
Fonte da imagem: http://discutindocinema.blogspot.com.br/

Come on and vogue!...
Depois de conseguir entrar no castelo do Conde, Abronsius e Alfred percebem os preparativos para uma festa que o Conde dará para um monte de vampiros naquela noite. Mas Sarah continua por lá - e, pior, dançando no baile (completamente distraída sobre o perigo que a está cercando). Os dois precisam, então, achar um modo de resgatá-la e cair fora do castelo - pois eles notaram que o baile não possui nenhum aperitivo para servir aos convidados - ó o perigo! A 'Namaria com certeza reprovaria esse baile!
Observando os poucos títulos de sua filmografia que assisti, pude notar que, quando roda comédias (eu assisti "Deus da Carnificina"), Roman Polanski prefere seguir um estilo mais suave de direção e deixar que as entrelinhas entreguem as piadas ou que as situações absurdas falem por si só. aliás, eu não sabia que Polanski também atuava - nem que atuava tão bem! Alfred era o único personagem por quem eu torci o filme todo (mentira, eu torci por um pobre cão, também). A inocência do pobre, além de ser fonte praticamente inesgotável de gags, chega a ser tocante.
Fonte da imagem: http://discutindocinema.blogspot.com.br/

Minha casa tá cheia de alho e crucifixos, mas é o mesmo que nada, né, professor?
Professor Abronsius é um personagem total meio Doutor Chapatin, além de um esnobismo uma atitude condescendente que o tornam um protótipo de Sheldon Cooper ou de meu pai, mas sem o carisma de qualquer um deles. Passei o filme torcendo para que ele se lascasse o mais rápido possível - mas isso não diminui em nada o trabalho de Jack MacGowran: Abronsius foi escrito para ser exatamente assim.
Sharon Tate possui uma presença digna de nomes lendários como Marilyn: basta ela aparecer na tela, e todos os olhares se voltam para ela. Para um ser de presença tão magnética, saber atuar vira mero acessório para o público em geral - para quem quer ser grande, se torna mais que a obrigação, pois sempre haverá a sensação de ter que provar algo a alguém. Sarah certamente não é um papel que sirva para mostrar grandes habilidades dramáticas, mas o sucesso do filme certamente deve ter posto o nome da moça no mapa e a preparado para vôos mais altos. É meio perturbador pensar que não muito tempo após este filme, sua protagonista teria um fim tão macabro. Que Deus a tenha.
Fonte da imagem: http://discutindocinema.blogspot.com.br/

Pode me passar essa esponja, querido? Só vai esfregá-la depois que casarmos, tá?
Roman Polanski teve uma sacada inteligentíssima ao decidir fazer um filme de vampiros. Sua sátira aos clichês de filmes de terror vigentes naquele 1967 pode não ter sido a primeira (nem procurei saber se foi ou não), mas certamente abriu um filão que até hoje perdura. Algumas liberdades tomadas se tornariam corriqueiras com o passar do tempo - o vampiro que entra numa casa sem ser convidado deu espaço para que outro pudesse brilhar no sol, por exemplo. O baile, em si, parece um grande sonho, e é uma cena encantadora, mesmo com a trilha meio macabra.
Claro, nem tudo são bolsas de doação de sangue flores: algumas piadas não funcionam, alguns personagens caíram desnecessariamente na caricatura (como o professor Abronsius e o vampiro Herbert, filho do vampirão) e o pecado maior fica no segundo ato, que defino com as palavras de dona Sassá: "essa parte é chata".
Fonte da imagem: http://discutindocinema.blogspot.com.br/

E aí, gato? Pescocinho lindo...
Eu assisti a uma cópia dublada pela Herbert Richers, o que me fez me sentir muito velho incomodou pela descuido do trabalho. Não que as atuações estivessem ruins, longe disso. A questão, aqui, era que não houve uma atenção apropriada à trilha sonora nem aos efeitos sonoros do filme, e as vozes estavam "limpas" demais. A trilha de Krzysztof Komeda estava desnivelada o filme inteiro. Os sons ambientes eram praticamente inexistentes, mas havia um constante barulho de ar condicionado do estúdio, em todo o filme. Isso acabou por comprometer um pouco a experiência de ver o filme, para mim. Isso sem falar na minha suspeita de que algumas piadas devem ter se perdido na tradução.
Fonte da imagem: http://www.conexaoparis.com.br/

Olá, neném!...
Como comédia, não é tão engraçado. Como terror, não assusta em nada. Mas A Dança dos Vampiros tem um charme todo particular seu: é uma boa "Sessão da Noite", sim. E valeu por vê-lo com minha mãe, ouví-la gargalhar e imaginar minha avó assistindo conosco.
Feliz aniversário, dona Sassá! Já disse que lhe amo?

VEJAM TAMBÉM!
Discoteca

"Ilha Desconhecida"
(álbum)
Dabliu
Biblioteca

"Manual do Arquiteto Descalço"
(técnico)
Johan Van Lengen

terça-feira, 20 de outubro de 2015

013 - Eu Conheço um Lugar Legal, Onde o Gim É Frio, Mas o Piano É Quente!

Hoje é mais um dia especial: um dia de encontro de dois dos trigêmeos: a Discoteca e a Filmoteca se encontram, hoje. Então, creio que não há nada mais justo para a ocasião que falar de um filme e sua trilha sonora. Melhor ainda, falar de um dos meus gêneros favoritos: o musical! Nem me torçam o nariz, eu estou vendo!!!
MiniTom também ama musicais, basta ver o quanto ele está se divertindo aí, com esse charleston meio doido! Mas "só quem dança, sabe o que é bom", né não?
A primeira vez real que eu me dei conta de que AMO musicais foi ao sair, junto com meu irmão, da sala do extinto Cine Cidade, onde uma explosão de pretos, vermelhos, super troupers e muita purpurina invadiu meus olhos pela tela de projeção, acompanhados de muito jazz e vaudeville. Cantarolei as canções durante dias a fio, torci no Oscar feito um louco e, assim que tive dinheiro e acesso a chance, comprei a trilha. E canto e danço no quarto, no banheiro e no chuveiro praticamente direto ouço sempre que tenho vontade. Este filme foi Chicago. E de sua trilha, deixo para falar na Discoteca.
Hoje, tem musical, sim! E se reclamar, ponho só musicais aqui até o ano que vem! Vlw flwz! Papai ama vocês!
E vamos aos trabalhos!

Fonte da imagem: https://en.wikipedia.org/

Título: Chicago
Distribuição: Miramax
Produtora: Producer Circle Company e Zadan/Meron Productions
Data de lançamento: 10/12/2002
Direção: Rob Marshall
Produção: Martin Richards
Roteiro: Bill Condon (baseado no musical "Chicago", de Bob Fosse e Fred Ebb - por sua vez, baseada na peça "Chicago", de Maurine Dallas Watkins)
Elenco: Renée Zellweger (Roxanne "Roxie" Hart)
Catherine Zeta-Jones (Velma Kelly)
Richard Gere (Billy Flynn)
John C. Reilly (Amos Hart)
Queen Latifah (Matron "Mama" Morton)
Dominic West (Fred Casely)
Colm Feore (Promotor Harrison)
Christine Baranski, (Mary Sunshine)
Mýa (Mona)
Lucy Liu (Kitty Baxter)
Taye Diggs (Líder da banda)
Fonte da imagem: http://www.hotflick.net/
A Chicago dos anos 1920 era um pedaço peculiar dos Estados Unidos. A máfia mandava e desmandava, bebidas alcoólicas eram proibidas e julgamentos de assassinatos possuíam vários pesos e várias medidas - que nem hoje, né, gente? Homens se safam dos tribunais com mais facilidade que mulheres (mas mulheres bonitas poderiam se dar muito melhor que os homens da forca), com a ajuda certa. Maurine Dallas Watkins estava por lá para documentar estes tribunais em forma de reportagens sensacionalistas para o Chicago Tribune. Com o sucesso de seus textos, ela decidiu escrever uma peça sobre dois casos não relacionados cobertos por ela: duas assassinas reais, uma dona-de-casa que assassinou o amante e uma cantora de cabaré que matou seu marido, tudo num tom de farsa. A peça, nomeada "Chicago", fez sucesso e ganhou algumas adaptações para o cinema - nenhuma delas agradou a autora, e ela não permitiu que estúdio nenhum obtivesse mais os direitos sobre sua obra.
Fonte da imagem: https://mindreels.files.wordpress.com/
Em 1975, Bob Fosse adiquiriu os direitos da peça (Maurine Dallas Watkins faleceu em 1969, o que deixou o caminho livre) e a transformou num espetáculo vaudevilesco na Broadway - formato que explicitou melhor as comparações originais de Watkins entre "justiça", "show-business" e a sociedade contemporânea. Fred Ebb e John Kander se juntaram para compor o livreto da obra, que não foi, lá, muito bem das pernas, por ter um tom muito cínico para a sociedade estadunidense da época. Fosse até planejou fazer uma versão para o cinema (ele ganhou força com os Oscars ganhos por "Cabaret"), mas acabou falecendo antes de realizar seu intento. Quando reabriram o musical, em 1996, adotaram um tom bem mais minimalista - e foi um sucesso, que dura até hoje. Tal êxito despertou interesse na montagem original e renovou os prospectos para uma versão cinematográfica - e assim, nasceu Chicago.
Fonte da imagem: http://hullindependentcinemaproject.com/
Roxie Hart é uma dona de casa aparentemente ingênua, mas com sonhos de grandeza e aspirações de ser uma grande cantora em um espetáculo vaudeville. Para conseguir, ele se aquenga oferece seu amor a Fred Casely, dono de uma das boates mais badaladas de Chicago. Problema 1: Roxie é casada e pobre. Problema 2: Fred não tem a mínima intenção de fazer nada por Roxie além do tchaca-tchaca-na-mutchaca da cama, cozinha, mesa e banho. Problema 3: Roxie descobre e mata Fred. Problema 4: Problema? Problema nenhum, minha gente! Bem como seu apelido diz, seu coração é de pedra ("Roxie Hart", pegaram a sacada?) e a atenção das páginas policiais já a põe na ilusão de grandeza tão almejada por ela, e a prisão (e eventual julgamento com risco de ir para a forca) virou em sua cabeça apenas mais um passo pro estrelato nos palcos, e ela tem uma sagacidade perfeita para pisar em cima de tudo e de tod@s que cruzam seu caminho.
Fonte da imagem: http://www.ign.com/
Velma Kelly é tudo o que Roxie deseja ser: uma estrela do vaudeville desejada, rica, famosa e extremamente talentosa. Ela tem um número duplo com sua irmã Veronica, e ambas são agenciadas pelo seu marido (de Velma, gente...), Charlie. Quer dizer... tinha. E ERAM! Numa noite de bebedeira, Velma pegou a irmã e o marido fazendo mais tchaca-tchaca-na-mutchaca o que não deviam, e... enfim, ela não se lembra de nada, exceto de lavar o sangue deles das mãos, coitada. E vai do palco direto pra prisão, pra assistir de lá a sua decadência nos jornais enquanto Roxie lhe rouba todas as atenções - o que lhe obriga a tomar medidas tragicomicamente desesperadas. Ambas vão medindo forças pela fama que pode mantê-las longe da forca.
Fonte da imagem: http://www.andsoitbeginsfilms.com/
Billy Flynn é um advogado ambíguo, de fala mansa e honorários exorbitantes (mesmo dizendo que só se importa com o amor), que transforma em celebridades suas clientes (todas mulheres no corredor da morte) como forma de ganhar apoio público para elas e garantir seu pagamento sua liberdade para amar. Ele opera toda a máquina judicial, transformando-a num espetáculo: faz um circo na mídia com a ajuda das reportagens sensacionalistas de Mary Sunshine, uma repórter de jornal e personalidade do rádio; desacredita testemunhas, planta evidências e pode até mesmo trair suas clientes se julgar que isto o trará a vitória.
Fonte da imagem: http://www.adorocinema.com/
Amos Hart, como o nome sugere, é um homem muito amoroso... e o sobrenome entrega: é o marido bunda-mole ingênuo de Roxie. Estúpido feito uma porta De inteligência pouco avantajada, ele a princípio aceita assumir o assassinato de Fred Casely - até descobrir o nome do morto, juntar dois mais dois fazer as devidas conferências e colocar tudo a perder na frente da polícia. Mesmo assim, ele permanece totalmente leal à esposa. É o personagem por quem tenho mais carinho, porque ele me lembra os cães e gatos domésticos que são abandonados pelos seus humanos. O pobre, com certeza, merece coisa muito melhor que Roxie, Billy e o circo de humilhações que sua vida vira.
Fonte da imagem: http://craigerscinemacorner.com/
"Mama" Morton, a carcereira do Presídio do Condado de Cook, onde se passa a ação de Chicago. Ela é chegada num suborno numa gentil troca de favores como forma de sobrevivência no presídio, e faz jogo duro com as detentas. Ela é o elo que liga tod@s @s outr@s personagens, sabe disso e se aproveita bastante deste fato. Mas, de seu jeito, ela nutre certo carinho pelas suas "galinhas" ("Porque o sistema funciona! O sistema chamado RECIPROCIDADE!").
Rob Marshall é um cabra inteligentíssimo. A maioria dos detratores dos musicais cita o fato de os personagens começarem a cantar "do nada" - como em "Grease" (isso quando todas as falas não são cantadas, como em "Evita"). Aqui, isso não acontece.
Fonte da imagem: http://www.angelfire.com/
Embora os números musicais sejam atos de vaudeville assim como o espetáculo original de 1975, os filme os apresenta como cenas recortadas na mente de Roxie - o modo como ela interpreta a realidade ao seu redor. Fora dos atos, as cenas da "vida real" largam todas as cores e ganham um aspecto duro, com fotografia em tons de cinza, muitas sombras e as poucas luzes são opressivas. Este tipo de construção trouxe uma decisão difícil a Marshall: cortar a melhor canção do espetáculo: "Class" - como a cena consiste apenas em Velma e Mama, longe de Roxie, não havia modo de incluí-la sem parecer trapaça com o telespectador.
Fonte da imagem: http://cap-it.livejournal.com/
Outro ponto a se aplaudir é a direção de arte, que faz um trabalho estupendo com os figurinos e a cenografia. A viagem à época é instantânea nos cenários, nos figurinos, nos penteados e no jazz, mas logo somos transportados à mente de Roxie, e nossas retinas são invadidas por muito luxo, glamour, vigor e sensualidade atemporais - exatamente como eram os espetáculos de Bob Fosse. E em nenhum momento estas estéticas tão distintas se confundem na cabeça do espectador.
Quando correram as notícias do "sinal verde" à produção de Chicago e os nomes do elenco foram sendo anunciados, tod@s ficaram curiosos. Tirando Catherine Zeta-Jones e Christine Baranski, NINGUÉM tinha experiência em musicais - Renée Zellweger, coitada, ainda se sujeitou a isso. Mas, entre mortos e feridos, tod@s se salvaram no resultado final. As performances vocais são convincentes o bastante (er... quer dizer... o gogó de Richard Gere não rolou...), e Rob Marshall foi competente o bastante para não deixar passar eventuais imperfeições nas danças com cortes ligeiros e a câmera em movimento a maior parte do tempo.
Fonte da imagem: http://cap-it.livejournal.com/
Richard Gere foi presenteado com o personagem mais interessante do filme, que desperta as maiores reflexões sobre a busca pela fama, os intuitos e real utilidade de uma "celebridade", além duma crítica feroz a advogad@s corrupt@s, que fazem literalmente de tudo por uma vitória nos tribunais. A fala mansa e sensual e o jeito meio felino de se movimentar de Flynn caíriam-lhe como uma luva - pena que se perca um pouco pelas músicas-solo fracas e por um punhado de atuações femininas muito mais fortes. Catherine Zeta-Jones é uma Velma tão convincente que eu me pergunto se ela não é a própria quando as câmeras se desligam. Renée Zellweger faz com maestria uma personagem que circula facilmente entre os estereótipos da "loura burra", da "golpista sem nada a perder" e da "caipira ingênua" - quando, do nada, surge um olhar que sugere psicopatia.
Fonte da imagem: http://memorialdafama.com/
Queen Latifah come pelas beiradas - por um instante, se acredita que Mama esteja ali apenas para fornecer alívio cômico, mas ela tem sua profundidade escondida embaixo de todo o cinismo. E John C. Reilly me conquistou nas primeiras notas de "Mr. Celophane". Amos é um personagem de duas notas apenas: o "pateta perdidamente apaixonado" e o "cabra invisível", e ainda assim, ele consegue encontrar mais para oferecer nas entrelinhas do texto - Amos Hart é o que os Novos Baianos definiriam como "amor da cabeça aos pés".
Misturando influências tanto da versão minimalista de 1996 com toda a extravagância original de Bob Fosse, Rob Marshall trouxe à baila discussões que são feitas até hoje, sem conclusão: vale tudo, MESMO, para se alcançar um objetivo na vida? Qual Mesmo se passando nos anos 1920, com canções dos 1970, Chicago é uma obra atualíssima. E não a vejo perdendo seu brilho frente às novas produções nem tão cedo. Chicago já nasceu clássico.
Fonte da imagem: https://thevintagevines.files.wordpress.com/

Ele já esperava!
Com licença, tenho um assassinato para planejar, agora. Também quero ser famo$o!

06/12/2002 British Society of Cinematographers Awards 2002:
Melhor Cinematografia (Dion Beebe) - Vencedor: Conrad L. Hall, por "Estrada Para Perdição"
15/12/2002 Boston Society of Film Critics Awards 2002:
Melhor Ator em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (John C. Reilly), também por "Por um Sentido na Vida", "As Horas" e "Gangues de Nova York" - Vencedor: Alan Arkin, por "Treze Visões"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones) - Vencedora: Toni Collette, por "As Horas" e "Um Grande Garoto"
dd/mm/2002 Awards Circuit Community Awards 2002:
Melhor Filme Cinematográfico - Comédia ou Musical (Martin Richards)
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Juliane Moore, por "Longe do Paraíso"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones) - Vencedora: Meryl Streep, por "Adaptação
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Queen Latifah) - Vencedora: Meryl Streep, por "Adaptação"
Melhor Diretor (Rob Marshall) - Vencedores: Peter Jackson, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres" e Roman Polanski, por "O Pianista"
Melhor Roteiro Adaptado (Bill Condon) - Vencedores: Charlie Kaufman e Donald Kaufman, por "Adaptação"
Melhor Cinematografia (Dion Beebe) - Vencedor: Andrew Lesnie, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
Melhor Direção de Arte (John Myhre e Gordon Sim) - Vencedores: Grant Major, Dan Hennah e Alan Lee, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
Melhor Figurino (Colleen Atwood), empatada com Ngila Dickson e Richard Taylor, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
Melhor Som (David Lee, Dominick Tavella, Michael Minkler e Maurice Schell) - Vencedores: Christopher Boyes, Michael Semanick, Michael Hedges e Hammond Peek, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
Melhor Edição (Martin Walsh) - Vencedor: Michael Horton, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
Melhor Elenco num Filme Cinematográfico (Catherine Zeta-Jones, Christine Baranski, Colm Feore, Deidre Goodwin, Denise Faye, Dominic West, Ekaterina Chtchelkanova, John C. Reilly, Lucy Liu, Mýa, Queen Latifah, Renée Zellweger, Richard Gere, Susan Misner e Taye Diggs) - Vencedores: Nicole Kidman, Julianne Moore, Meryl Streep, Ed Harris, Toni Collette, John C. Reilly, Stephen Dillane, Claire Danes, Allison Janney, Jeff Daniels e Miranda Richardson, por "As Horas"
mm/dd/2002 Golden Schmoes Awards 2002:
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones)
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Naomi Watts, por "O Chamado"
03/01/2003 Florida Film Critics Circle Awards 2003:
Melhor Canção Original (Fred Ebb e John Kander, por "Cell Block Tango")
06/01/2003 Dallas-Fort Worth Film Critics Association Awards 2003:
Melhor Filme (Martin Richards)
2º Lugar: Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Julianne Moore, por "Longe do Paraíso"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones) - Vencedora: Kathy Bates, por "As Confissões de Schmidt"
08/01/2003 Chicago Film Critics Association Awards 2003:
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Julianne Moore, por "Longe do Paraíso"
17/01/2003 Critics' Choice Awards 2003:
Melhor Filme (Martin Richards)
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones)
Melhor Elenco (Catherine Zeta-Jones, Christine Baranski, Colm Feore, Deidre Goodwin, Denise Faye, Dominic West, Ekaterina Chtchelkanova, John C. Reilly, Lucy Liu, Mýa, Queen Latifah, Renée Zellweger, Richard Gere, Susan Misner e Taye Diggs)
19/01/2003 Golden Globes 2003:
Melhor Filme Cinematográfico - Comédia ou Musical (Martin Richards)
Melhor Ator em Papel Principal num Filme Cinematográfico - Comédia ou Musical (Richard Gere)
Melhor Atriz em Papel Principal num Filme Cinematográfico - Comédia ou Musical (Renée Zellweger)
Melhor Atriz em Papel Principal num Filme Cinematográfico - Comédia ou Musical (Catherine Zeta-Jones) - Vencedora: Renée Zellweger, por "Chicago"
Melhor Ator em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (John C. Reilly) - Vencedor: Chris Cooper, por "Adaptação"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (Queen Latifah) - Vencedora: Meryl Streep, por "Adaptação"
Melhor Diretor de Filme Cinematográfico (Rob Marshall) - Vencedor: Martin Scorsese, por "Gangues de Nova York"
Melhor Roteiro de Filme Cinematográfico (Bill Condon) - Vencedores: Alexander Payne e Jim Taylor, por "As Confissões de Schmidt"
02/02/2003 Evening Standard British Film Awards 2003:
Melhor Atriz (Catherine Zeta-Jones)
04/02/2003 Central Ohio Film Critics Association Awards 2003:
Melhor Ator em Papel Coadjuvante (John C. Reilly) - Vencedor: Chris Cooper, por "Adaptação"
16/02/2006 Hollywood Makeup Artist and Hair Stylist Guild Awards 2003:
Melhor Maquiagem de Época (Jordan Samuel, Patricia Keighran, e Edelgard K. Pfluegl)
23/02/2003 BAFTA Awards 2003:
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones)
Melhor Som (David Lee, Dominick Tavella, Michael Minkler e Maurice Schell)
Melhor Filme (Martin Richards) - Vencedores: Alain Sarde, Robert Benmussa e Roman Polanski, por "O Pianista"
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Nicole Kidman, por "As Horas"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Queen Latifah) - Vencedora: Catherine Zeta-Jones, por "Chicago"
Melhor Cinematografia (Dion Beebe) - Vencedor: Conrad L. Hall, por "Estrada Para Perdição"
Melhor Figurino (Colleen Atwood) - Vencedores: Ngila Dickson e Richard Taylor, por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
Melhor Edição (Martin Walsh) - Vencedor: Daniel Rezende, por "Cidade de Deus"
Melhor Design de Produção (John Myhre) - Vencedor: Dennis Gassner, por "Estrada Para Perdição"
Melhor Maquiagem e Cabelo (Jordan Samuel e Judi Cooper-Sealy) - Vencedores: Beatrice De Alba, John E. Jackson, Judy Chin e Regina Reyes, por "Frida"
Melhor Diretor (Rob Marshall) - Vencedor: Roman Polanski, por "O Pianista"
Melhor Trilha Sonora (Danny Elfman, Fred Ebb e John Kander) - Vencedor: Philip Glass, por "As Horas"
01/03/2003 Directors' Guild of America Awards 2003:
Melhor Direção Cinematográfica (Rob Marshall, Joyce Kozy King, Myron Hoffert e Grant Lucibello)
01/03/2003 Edgar Allan Poe Awards 2003:
Melhor Filme Cinematográfico (Bill Condon)
02/03/2003 Black Reel Awards 2003:
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (Queen Latifah)
08/03/2003 Cinema Audio Society, USA Awards 2003:
Melhor Mixagem de Som para Filmes Cinematográficos (David Lee, Dominick Tavella e Michael Minkler) - Vencedores: Estrada Para Perdição: Scott Millan, Bob Beemer e John Pritchett, por "Estrada Para Perdição"
09/03/2003 Screen Actors' Guild of America Awards 2003:
Melhor Atriz em Papel Principal num Filme Cinematográfico (Renée Zellweger)
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (Catherine Zeta-Jones)
Melhor Elenco num Filme Cinematográfico (Catherine Zeta-Jones, Christine Baranski, Colm Feore, Deidre Goodwin, Denise Faye, Dominic West, Ekaterina Chtchelkanova, John C. Reilly, Lucy Liu, Mýa, Queen Latifah, Renée Zellweger, Richard Gere, Susan Misner e Taye Diggs)
Melhor Ator em Papel Principal num Filme Cinematográfico (Richard Gere) - Vencedor: Daniel Day-Lewis, por "Gangues de Nova York"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (Queen Latifah) - Vencedora: Catherine Zeta-Jones, por "Chicago"
13/03/2003 Golden Trailer Awards 2003:
Melhor Música (The Ant Farm)
16/03/2003 Costume Designers' Guild Awards 2003:
Melhor Figurinos para Filmes de Época/Fantasia (Colleen Atwood)
22/03/2003 Art Directors Guild of America Award 2003:
Melhor Direção de Arte de Filme de Época ou Fantasia (John Myhre [designer de produção], Andrew M. Stearn [diretor de arte] e Grant Van Der Slagt [diretor de arte]) - Vencedores: Grant Major [designer de produção], Dan Hennah [diretor supervisor de arte], Joe Bleakley [diretor de arte], Rob Outterside [diretor de arte], Philip Ivey [diretor de arte], Mark Robins [diretor de arte], Jules Cook [diretor assistente de arte], Ross McGarva [diretor assistente de arte] e Jacqui Allen [diretor assistente de arte], por "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
22/03/2003 US Motion Picture Sound Editors Awards 2003:
Melhor Edição de Som em um Filme - Musical (Annette Kudrak, E. Gedney Webb, Ellen Segal, Kenton Jakub e Missy Cohen)
Melhor Edição de Som em Lançamentos Estadunidenses - Diálogos (Maurice Schell, Laura Civiello, Gina Alfano, Hal Levinsohn e Louis Bertini) - Vencedores: Philip Stockton, Eugene Gearty, Marissa Littlefield, Hal Levinsohn e Kenton Jakub, por "Gangues de Nova York"
National Board of Review, USA23/03/2003 American Cinema Editors Award 2003:
Melhor Montagem de Filme Cinematográfico - Comédia ou Musical (Martin Walsh)
23/03/2003 Academy Awards 2003:
Melhor Filme (Martin Richards)
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones)
Melhor Direção de Arte e Decoração de Sets (John Myhre [diretor de arte] e Gordon Sim [decorador de set])
Melhor Figurino (Colleen Atwood)
Melhor Som (David Lee, Dominick Tavella e Michael Minkler)
Melhor Montagem (Martin Walsh)
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Nicole Kidman, por "As Horas"
Melhor Ator em Papel Coadjuvante (John C. Reilly) - Vencedor: Chris Cooper, por "Adaptação"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Queen Latifah) - Vencedora: Catherine Zeta-Jones, por "Chicago"
Melhor Diretor (Rob Marshall) - Vencedor: Roman Polanski, por "O Pianista"
Melhor Roteiro Adaptado (Bill Condon) - Vencedor: Ronald Harwood, por "O Pianista"
Melhor Cinematografia (Dion Beebe) - Vencedor: Conrad L. Hall, por "Estrada Para Perdição"
Melhor Canção Original (Fred Ebb e John Kander, por "I Move On") - Vencedores: Eminem, Jeff Bass e Luis Resto, por "Lose Yourself" - filme "8 Mile: Rua das Ilusões"
09/04/2003 Premi David di Donatello 2003:
Melhor Filme Estrangeiro (Rob Marshall) - Vencedor: Roman Polanski, por "O Pianista" 14/05/2003 Broadcast Music Incorporated Film and TV Awards 2003: Música para Filme (Danny Elfman) - também por "Homem-Aranha" e "MIIB - Homens de Preto II"
31/05/2003 MTV Movie Awards 2003:
Melhor Atriz (Queen Latifah) - Vencedora: Kirsten Dunst, por "Homem-Aranha"
24/06/2003 Black Entertainment Television Awards 2003:
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Queen Latifah) - também por "A Casa Caiu" e "No Embalo do Amor"
22/08/2003 Amandaprisen 2003:
Melhor Filme Estrangeiro (Rob Marshall) - Vencedor: Stephen Daldry, por "As Horas"
01/11/2003 Canadian Network of Makeup Artists Awards 2003:
Melhor Maquiagem para um Filme Cinematográfico (Jordan Samuel)
Melhor Cabelo para um Filme Cinematográfico (Judi Cooper-Sealy)
09/11/2003 American Choreography Awards 2003:
Feito Extraordinário em Longa-Metragem (Cynthia Onrubia, Denise Faye, Joey Pizzi, John DeLuca e Rob Marshall) dd/mm/2003 American Film Institute Awards 2003:
Melhor Filme (Martin Richards), empatado com "Um Grande Garoto", "As Confissões de Schmidt", "Adaptação", "Voltando a Viver", "Frida", "Gangues de Nova York", "As Horas", "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres" e "O Americano Tranqüilo"
dd/mm/2003 International Online Cinema Awards 2003:
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Nicole Kidman, por "As Horas"
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones) - Vencedora: Julianne Moore, por "As Horas"
dd/mm/2003 Premio Italiano Online del Cinema 2003:
Melhor Atriz em Papel Coadjuvante (Catherine Zeta-Jones)
Melhor Elenco - Vencedores: "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres"
dd/mm/2003 Las Vegas Film Critics Society Awards 2003:
Melhor Ator em Papel Coadjuvante num Filme Cinematográfico (John C. Reilly), também por "As Horas" e "Gangues de Nova York"
Melhor Atriz em Papel Principal (Renée Zellweger) - Vencedora: Nicole Kidman, por "As Horas"
20/02/2004 Nippon Akademī-shō 2004:
Melhor Filme em Língua Estrangeira (Martin Richards) - Vencedores: Alain Sarde, Robert Benmussa e Roman Polanski, por "O Pianista"

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

012 - Pintando Arco-Íris de Energia

E aí, pessoinhas amadas!!!
Bem-vind@s de volta à minha, à sua, à nossa Filmoteca!!!
E aí, estão devidamente recuperad@s, após a nossa visita àquele casarão mal-assombrado? Espero que sim! Eu, pessoalmente, precisei ver muita coisa leve e receber um punhado de boas notícias para poder levantar o espírito! Sério, serinho!
E olhem só, ontem foi o dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida - dia mais conhecido pelo comércio como "dia das crianças"! Feriadão na segunda-feira, um dia a mais sem ir ao trampo, ó, só, que beleza!... Dia de procissão para @s católic@s; dia de passar com as pernas para o ar, para quem não possui compromissos religiosos. Que vocês andaram aprontando com suas vidas, estes dias? Estão se cuidando direitinho? Por aqui, estes dias foram para, óbvio, limpar o ar, que estava muito carregado!
Como os Caça-Fantasmas e os exorcistas não estavam disponíveis, tive que buscar outro tipo de heroína! O bom é que ela casou bem com a época!
Bora nóis?

Fonte da imagem: https://en.wikipedia.org/

Título: Rainbow Brite e o Roubo das Estrelas
Título Original: Rainbow Brite and the Star Stealer
Distribuição: Warner Bros.
Produtora: DIC Entertainment e Hallmark Cards
Data de lançamento: 15/11/1985
Direção: Bernard Deyriès e Kimio Yabuki
Produção: Andy Heyward, Jean Chalopin e Tetsuo Katayama
Roteiro: Howard R. Cohen e Jean Chalopin (baseado nos personagens de propriedade de Hallmark)
Com as Vozes de: Bettina Bush (Rainbow Brite)
Andre Stojka (Starlite, Mago, Cidadão de Spectra)
Robbie Lee (Twink, Shy Violet, Indigo, La La Orange, Cidadã de Spectra, Sprites)
David Mendenhall (Krys)
Pat Fraley (On-X, Lurky, Buddy Blue, Puppy Sprite, Guarda, Cidadão de Spectra, Slurthie, Glitterbot)
Rhonda Aldrich (Princesa)
Peter Cullen (Skydancer, Murky Dismal, Monstro do castelo, Glitterbot, Guarda, Skydancer, Slurthie)
Mona Marshall (Red Butler, Bruxa, Cidadã de Spectra, Criatura do castelo, Patty O'Green, Canary Yellow)
Les Tremayne (Orin, Bombo, Âncora de TV)
Fonte da imagem: http://www.upontherainbow.com/
Eu ADORO Rainbow Brite. Falem o que quiserem! Na verdade, qualquer coisa ultracolorida me chama muito a atenção - por isso eu sempre preferi os Flashman aos Changeman. Imagine, então, uma personagem responsável por trazer ao mundo o arco-íris e a energia da primavera? E com um cinto que cria arco-íris das mais variadas formas? É de matar a Xuxa e o seu cristal de inveja!
Rainbow Brite é uma personagem criada por Garry Glissmeyer e Lanny Julian em 1983 para uma série de cartões da Hallmark. O sucesso dos cartões logo levou a um licenciamento com a fábrica de brinquedos Mattel (sim, aquela da Barbie...) para a fabricação de um monte de quinquilharias para empobrecer os pobres pais ávidos por botar um sorriso em suas crianças uma série de bonecos e outros artigos. Rainbow Brite e o Roubo das Estrelas é o único filme da personagem para os cinemas - antes dele, ela já havia aparecido em alguns especiais televisivos, e após ele ganharia um seriado.
A trama é uma baba: Rainbow Brite tenta trazer a primavera para a Terra, após um inverno rigoroso (por favor, ignorem o fato de o planeta ter dois polos e cada um ter uma estação diferente ao mesmo tempo - nem eu sabia disso quando vi o filme pelas primeiras vezes). Ao perceber que seus poderes enfraqueceram fora de sua dimensão, a menina ultracolorida deve deter uma princesa muito malvada (deve ser revolta por ela não ter um nome, coitada!), que quer para si Spectra, um planeta-diamante por onde toda a luz do universo deve passar para que as cores se criem e as leis da física sejam completamente ignoradas pelas criancinhas. Logo, isso implica que Spectra também seja a fonte dos poderes de Rainbow Brite - então, protegendo o planetóide, ela estará defendendo o universo e obviamente a si mesma.
Fonte da imagem: http://stemcels.rubberslug.com/

Eu sou linda e maravilhosa, com meu visual dark 80's!
Claro que, apesar de sua heroína ser a personagem principal, Rainbow Brite e o Roubo das Estrelas não é um filme feminista - nem pretende ensinar isso às menininhas sê-lo. Rainbow Brite não vai conter a inominada princesa sozinha. Ela precisa primeiro chegar a Spectra encontrar o ancião Orin por conselhos válidos e contar com a ajuda máscula de Krys, uma versão sexista do Megaman o menino-guerreiro do planeta-diamante e seu cavalo robótico On-X, afinal, meninas não conseguem resolver seus problemas sozinhas. Aliás, faço aqui uma observação sobre On-X: esse robô é um drone de combate de formato equino tão equipado que poderia muito bem ter salvo o dia sozinho, sem Krys nem Rainbow Brite pra azucrinar o juízo - ainda assim, ninguém sequer lembra de dar a ele a ordem de defender Spectra de invasores, o que obriga o pobre personagem a ficar subaproveitado, enquanto temos uma piveta atirando arco-íris nos malvadões por aí e um pivete reclamando metade do filme.
Fonte da imagem: http://vk.com/

Aprendendo a resolver seus problemas em dupla
No filme, vários personagens recorrentes do desenho televisivo aparecem em pequenas participações: os Color Kids (os amigos de Rainbow Brite responsáveis por manter as coisas em Rainbowland em ordem durante a sua ausência); Stormy e seu cavalo Skydancer (responsáveis pelo inverno e os momentos de frio e introspecção); Brian, o único humano que consegue ver Rainbow Brite; além de dois dos vilões da série animada - os atrapalhados Murky Dismal e Lurky - estes têm participação maior por prover alívio cômico ao longo do filme (afinal, um é um cientista doido e o outro é uma bola de pêlos que usa tênis super na moda nos anos 1980.
Fonte da imagem: http://bc1.hors.info/

Estão achando que eu não sei me virar sozinha, seus porcos chauvinistas?
Howard R. Cohen, co-roteirista de Rainbow Brite e o Roubo das Estrelas, compôs também as canções que iniciam e finalizam o filme: "Brand New Day" (com quase todo o elenco) e "Rainbow Brite and Me" (interpretada por Bettina - a intérprete de Rainbow Brite, que viria mais tarde a assumir o sobrenome Bush). As canções são eficientes para seus momentos, nada mais que isso. Sequer sobrevivem sozinhas - retifico-me: o refrão de "Rainbow Brite and Me" fica na cabeça por um tempinho, mas nada preocupante como um "Ilariê" ou uma "Água"; passa em alguns minutos. Diga-se de passagem, "Brand New Day" é MUITO MAL-CANTADA nos solos, é de fazer vergonha. Aliás, por falar em músicas, uma curiosidade: os responsáveis pela trilha sonora desta obra são ninguém mais, ninguém menos que Haim Saban e Shuki Levy - que, após produzir músicas para tudo que foi cartoon malfeito e mal desenhado cuja existência apenas se resume em venda de brinquedos, viriam a ganhar na loteria como os responsáveis pelos eternos Power Rangers!
Fonte da imagem: http://www.upontherainbow.com/

Turma reunida!
Rever Rainbow Brite e o Roubo das Estrelas me trouxe aquela sensação de "como raios eu pude gostar disso, um dia?" - porque o filme é, claramente, mera propaganda de produtos infantis disfarçada de aventura (mas muito mal disfarçada, MESMO). O roteiro é cheio de furos e é tão adocicado que deve ser um perigo para crianças diabéticas. Mas então, veio o impensável: eu me vi curtindo novamente, cantarolando as canções, rindo das situações absurdas e me peguei torcendo(!!!) pela menina ultracolorida - desejando o cinto mágico dela pra mim, como se eu tivesse cinco anos de idade, de novo. Que ironia, não?
Mas Deus, COMO EU POSSO GOSTAR DISSO???

Motion Picture Sound Editors 1986:
Melhor Edição de Som - Desenho Animado (John H. Arrufat e Terry Lynn Allen)
Young Artist Awards 1987:
Melhor Animação (Andy Heyward, Jean Chalopin e Victor Villegas)
Melhor Ator Jovem em Animação - Seriado, Especial ou Cinema (David Mendenhall)
Melhor Atriz Jovem em Animação - Seriado, Especial ou Cinema (Bettina Bush) - Vencedora: Kristie Baker, por "Feliz Ano Novo, Charlie Brown!"

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terça-feira, 6 de outubro de 2015

011 - À Meia-Noite a Porta se Abriu...

Bu... digo, Bom dia! Boa tarde! Boa noite! Boa madrugada! Boa qualquer-hora-em-que-você-estiver-vendo-este-post (quer dizer... madrugada, desta vez, não... né? POR FAVOR)!
Eu sei, eu sei, eu sei, car@ leitor@ mais sensível... nossa Filmoteca ficou muito sombria e fantasmagórica após tratarmos de "Wuthering Heights" na Biblioteca e na Discoteca, e a postagem sobre o Gasparzinho. Sou o primeiro a reconhecer isso. Mas não será hoje que vocês terão algum descanso, já aviso!
Acho que, assim como algumas pessoas precisam atingir "o fundo do poço" para poder ressurgir na glória, a Filmoteca pode aguentar um mergulho maior na escuridão e no oculto antes de se voltar a um material mais alegre. Fora que, olhem só, não falamos sobre nenhum filme de horror (ou "filme de terror", como muit@s gostam de chamar), ainda, gente! Chegou a hora!
'Timbora nóis - mas alguém pelamordedels segure a minha mão!

Fonte da imagem: http://www.filmaffinity.com/

Tpitulo: A Casa das Almas Perdidas
Título Original: The Haunted
Exibição: 20th Century Fox Television
Produtora: FNM Films e 20th Century Fox Television
Data de lançamento: 06/05/1991
Direção: Robert Mandel
Produção: Daniel Schneider
Roteiro: Darrah Cloud (baseado no livro "The Haunted: One Family's Nightmare", do jornalista Robert Curran)
Elenco: Sally Kirkland (Janet Smurl)
Jeffrey DeMunn (Jack Smurl)
Louise Latham (Mary Smurl)
George D. Wallace (John Smurl)
Stephen Markle (Ed Warren)
Diane Baker (Lorraine Warren)
Joyce Van Patten (Cora Miller)
John O'Leary (Padre Larson)
Jake Jacobs (Padre Kent)
Continuando com o tema dos desencarnados na Filmoteca, seguimos do Fantasminha Camarada para alguns nada legais. Pessoas mais sensíveis, culpem a Ana Paula Calixto, que sugeriu a obra de hoje!
O que vocês diriam se sua mãe, sua filha, sua esposa viesse lhes dizer que está vendo coisas estranhas, ouvindo coisas estranhas e que quer se mudar? É estranho, para dizer o mínimo, não é? Eu sei, minha mãe vive tendo sonhos estranhos e sempre os interpreta como o falecimento de alguém. Eu rio pra me acabar e mango da pobre sem dó, sou um péssimo filho!
É justamente este o mote d'A Casa das Almas Perdidas. Após perder tudo numa enchente, os Smurl compraram uma casa nova para morar, e percebem que tem mais gente com eles na casa, e infelizmente não é o Gasparzinho, nem o Penadinho! Aí, já viram, né? É um auê com igreja, imprensa, tem até um casal de médiuns famoso para dar mais emoção! Só faltou, mesmo, alguma boneca assombrada.
Fonte da imagem: http://www.childstarlets.com/

Papai, eu amei nossa casa mal-assombrada nova! Podemos ter também as Monster High?
Começa de leve: objetos somem e reaparecem, pinturas se desfazem sozinhas, eletrodomésticos pegam fogo sem nem estarem ligados... com o passar dos anos, as coisas mudam de figura: as dívidas com os prejuízos de consertos aparecem, vozes de vocabulário pouco cristão são ouvidas e os ânimos da casa começam a ser afetados, embora ninguém acredite em qualquer presença influenciando todo mundo. Até o momento da percepção definitiva de mamãe e vovó Smurl.
Fonte da imagem: http://www.childstarlets.com/

Será que não dá pra ter entidades que não destruam nossa casa?
Atuações em filmes de horror não são, lá, a coisa mais maravilhosa da vida - se for para a televisão, então, parece que vira artigo de luxo. Não é o caso de Sally Kirkland, aqui! Ela está soberba na pele da mãe prestes a perder a sanidade tentando provar à sua própria família que ainda a detém, e após, lutando para manter a família a salvo - basicamente, a coitada carrega o filme praticamente sozinha nas costas. Nem mesmo a edição xexelenta do filme lhe tirou o brilho. Jeffrey DeMuunn, como o marido, também faz bonit(inh)o, tendo que lidar com os acontecimentos e as incertezas, sem nem mesmo acreditar na sanidade da esposa. Allison Barron, que faz a filha mais velha quando adolescente, também traz uma performance acima da média. Já o resto do elenco... bem, é um filme de horror - e feito para a televisão. E com um bando de crianças.
Eu confesso não saber julgar os efeitos especiais, mesmo em relação à época. Mas as manifestações, ao se materializarem, simplesmente não me convenceram de jeito nenhum. O filme convence bem mais nos momentos de terror psicológico, especialmente por conta da música, que ajudou bastante a criar o clima de tensão e perigo iminente.
Fonte da imagem: http://www.porraman.com/

Na casa do Senhor, não existe Satanás!
A primeira coisa que o filme faz questão de mostrar é um letreiro avisando que a obra é uma "dramatização de um evento real". Uma pequena pesquisa já diz que a família Smurl virou um grupo de sub-celebridades no seu tempo, e vez por outra volta aos holofotes quando esse filme vem à baila. Até aí, tudo bem, cada um faz o que melhor lhe apetece. Eu só me pergunto uma coisa: como raios esta família continua a morar nesta casa, mesmo após tudo o que aconteceu com eles? Eu, mesmo, não voltaria jamais!!!
O que eu posso dizer é que A Casa das Almas Perdidas teve em mim o mesmo efeito de "O Exorcista" - medo próximo do zero durante a projeção, mas e dormir sozinho, depois?

Primetime Emmy Awards 1991:
Melhor Cinematografia para uma Minissérie ou Especial Televisivo (Michael D. Margulies) - Vencedor: Gayne Rescher, por "Lucky Chances (parte 1)"
Golden Globes 1992:
Melhor Atriz numa Minissérie ou num Filme Feito para Televisão (Sally Kirkland) - Vencedora: Judy Davis, por "Correndo Contra o Vento"

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"Sobre Sábado (Sabato)"
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