terça-feira, 4 de agosto de 2015

002 - Anotações em meu caderno

Olá, pessoas queridas, amadinh@s de Tom!
Que bom que voltaram, esta semana! O que estão achando da Filmoteca? E da Discoteca, tudo direitinho, pra vocês? E da Biblioteca? Prometo que logo, logo, tem post novo por lá, também!
Não estranhem esta inquisição, por favor! Vocês tod@s já haviam sido avisad@s que sou um rapaz bem carente... snif... Tão carente quanto a protagonista do filme de hoje (embora muito menos durão):

Fonte da imagem: http://en.wikipedia.org/

Título: Greta
Título Original: According to Greta
Distribuição: Anchor Bay Entertainment, Whitewater Films
Produtora: Whitewater Films, Rafter H Entertainment, Anchor Bay Films, Greta Productions, West of Midnight
Data de lançamento: 11/12/2009
Data de lançamento (Brasil): 22/09/2012 (canal Boomerang)
Direção: Nancy Bardawil
Produção: Rick Rosenthal, Douglas J. Sutherland, Gary Dean Simpson, Hilary Duff
Roteiro: Michael Gilvary
Elenco: Hilary Duff (Georgiana Evelina "Greta" O'Donnell)
Evan Ross (Julie Robinson)
Michael Murphy (Joseph O'Donnell)
Melissa Leo (Karen O'Donnell-Warner)
Ellen Burstyn (Katherine O'Donnell)
Não sei se algum dia eu saberei a resposta do porquê, mas foi Greta quem criou a Filmoteca do Tom. Assim como ela sempre estava com seu caderninho, a escrever besteira, eu estou quase sempre com meu smartphone na mão, para gravar, fotografar, escrever, postar. Uma coisa foi puxando a outra, e logo a idéia da Filmoteca estava firmada, e as outras trigêmeas, vieram correndo - a Discoteca e a Biblioteca.
Fonte da imagem: http://www.blu-ray.com/

O caderninho de Greta tem um conteúdo literário interessantíssimo...
Enfim, Greta tem um senso de humor, digamos, carbonizado: ela tem uma língua afiadíssima e a mente fixa em idéias perigosas - aí que entra o caderninho, que será a guia do filme. A menina é tão problemática que sua mãe a joga de mala e cuia na casa de vovó Katherine pra passar o verão como última esperança antes dum daqueles "acampamentos reformatórios".
Fonte da imagem: http://www.blu-ray.com/

Passeio familiar - olhem as caras de felicidade!
Katherine é durona, e pouco dada a nonsense, mas bastante afetuosa e preocupada com a neta - o que faz com que as duas fiquem digladiando o tempo inteiro, pra desespero do pobre Joseph, o marido e avô compreensivo - mas não bunda-mole, logo se verá.
Fonte da imagem: http://weheartit.com/

Na falta duma Lambourghini, serve uma bicicleta, mesmo. O importante é chegar em casa!
No meio tempo, Greta consegue um emprego como garçonete, e vira quase uma atração local por ser a única garçonete do local, que é relativamente grande pelas suas tiradas "quase" ofensivas aos clientes e ao patrão - e lá, ele conhece o aspirante a chef Julie - que se interessa por ela, mas logo percebe que virou apenas uma arma na guerra particular de Greta e Katherine (mesmo com o interesse genuíno da garota nele BEM no fundo de suas ações). A partir daí, ele a ensinará a pintar com as cores do vento uma importante lição, que Greta deverá aprender aos poucos, e a duras penas.
Fonte da imagem: http://www.blu-ray.com/

Quem mais anda por aí de vestido de festa? Sim, ela: Greta...
Greta me chamou a atenção não por ser alguém que a gente realmente queira acompanhar ou abraçar e dizer que tudo ficará bem (a bichinha é um traste mal-educado, respondão e irritante até as horas), mas por seu pendor pela escrita e pelos fantasmas que a assombram. Me identifiquei muito nestes aspectos, pois muito pouco se discute a fundo na realidade sobre os efeitos que a depressão pode causar em adolescentes. Quem nunca teve seus fantasmas na vida? Tantos convivem com eles, por aí, aparentemente incapazes (ou sem vontade) de deixá-los partir ou aprender algo realmente útil a partir deles. Na verdade, esta obra também não chega a este ponto, e as soluções ofertadas são fáceis demais, até (para um filme mais barra-pesada aprofundado em angústia juvenil, vejam "Thirteen"), mas a narrativa, ainda assim, é cativante.
Fonte da imagem: http://www.blu-ray.com/

Greta sofre, gente!
Como obra, em si, me pareceu um filme meio Disney Channel, meio artsy-fartsy incompleto: toca em assuntos sérios e profundos, mas não vai fundo neles, como se temesse perder a audiência mais juvenil. Não consigo decidir comigo mesmo se uma estrutura "em cima do muro" é mais benéfica (pode abrir porta para que o público explore mais filmes com os assuntos abordados de maneira mais contundente) ou maléfica (eu fico esperando mais do filme, e os realizadores não têm esta coragem) ao resultado final.
Fonte da imagem: http://www.listal.com/

Não disse que esse filme é artsy-fartsy?
Hillary Duff (mais uma princesinha da Disney), embora muito velha e "bonitinha demais" pro papel, mostra que tem habilidades dramáticas suficientes para jogar com o monstro oscarizado que é Ellen Burstyn sem fazer feio, talvez porque a senhora devia estar lá só pelo cachê e parece estar no piloto automático todo o tempo. Curiosamente, a intérprete da mãe de Greta, Melissa Leo, seria também oscarizada alguns anos após este filme. Talvez a surpresa recaia sobre Evan Ross e Michael Murphy. Os coadjuvantes masculinos nesta guerra de estrogênios seguem o filme inteiro alguns tons abaixo das mulheres com quem eles dividem a tela, mas nada disso é à toa - as estrelas têm que ser elas, e o personagem Joseph especialmente pede este tipo de interpretação. Já Julie foi construído como alguém com uma bagagem que quer-sem-querer esconder, e é na sua sutileza que as melhores coisas são ditas (para mim, as melhores falas de todo o filme são dele, mesmo com toda a acidez da protagonista).
Fonte da imagem: http://www.hilaryone.net/

Neném, mamãe e vovó...
Filmes como Greta me reforçam sempre a idéia de que psicanálise deveria fazer parte da cesta básica populacional! Greta certamente precisa - eu, também.

Um comentário:

  1. Tom, peço que me perdoe. Não vou conseguir ler a respeito de filmes/livros que não tenha ainda visto/lido. Medo eterno de spoiler. Mas serei sua fiel seguidora na discoteca, prometo.

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